Naquele natal, resolveram distribuir alimentos, roupas e brinquedos aos pobres das ruas. Saíram à noite, vários carros em comboio, felizes e orgulhosos do bem que praticavam.
De repente, o medo tomou o lugar da vaidade. Saindo dos bueiros, como ratos, milhares de crianças ávidas, imundas e agressivas, cercavam os carros, quase arrancando os braços que se estendiam com as dádivas, brigando entre si pelo quinhão maior.
O grupo fugiu correndo, deixando nas sarjetas um lastro de doações e a idealização da misericórdia.
escrito em 24-12-2007