quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A TRISTEZA DAS COISAS II

texto sobre Fotografia  de Eduardo Oliveira Freire

Durante os dias do verão, a torre tentava refletir e absorver 
o encanto dourado do sol.

Girava as antenas em todas as direções para captar os raios de luz espalhados entre as nuvens.

Mas a noite chegava, a alegria se perdia 
 e ficava a certeza de seu destino insignificante.

Seu fado era ser negra, dura e fria 
como costumam ser os objetos humanos.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

A TRISTEZA DAS COISAS III

SIM! EU VIGIO
A DECREPITUDE DA VIDA
DA CASA
DO HOMEM
DO OLHAR QUE ENXERGA
O QUE NÃO PODE VOLTAR
MESMO QUE AMANHEÇA
QUE CHEGUE A PRIMAVERA

O OUTONO SE ABRIGA
NAS ENTRANHAS
E DESABA O QUE OUTRORA
FOI BELO
 
EU VIGIO A MORTE
QUE NÃO CHEGA!
 
23-01-2020
A.SCHNOOR

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

A TRISTEZA DAS COISAS



SEMPRE SOUBE
QUE SUA CASA
ERA UM SER VIVO
 
SABIA TAMBÉM
QUE ANDAVA TRISTE
ATÉ QUE,
NO AUGE DAQUELE INVERNO,
NÃO DORMIU
ESCUTANDO SOLUÇOS
 
AO AMANHECER
O PRANTO BROTOU
E TODA A VILA
ACREDITOU
 

16 de janeiro de 2020 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

VIDA A DAR DE OMBROS


Linda e moça, no caixão
   a tatuagem parecia zombar. 
   Poderiam ter vestido o corpo 
           a esconder o deboche tão bem tatuado!  
            Só olhares atentos percebiam o ponto final.