terça-feira, 20 de dezembro de 2011

nada a perder




Alarico já estava idoso. Um mal doído e grave corroia o resto de sua energia, da mesma forma que a barbárie minava a cidade, antes tão linda. Uma tarde, saindo do consultório, foi abordado por dois brutamontes: - passa duzentinhos ou te matamos.

- Não tenho e não daria se tivesse.

- Então vai levar bala, velhote!

- Me fazem favor. Tenho os dias contados e assim me livram da dor que sinto. Podem matar, agradeço.

Prontamente foi deixado na companhia de sua imunidade serena.


escrito em 19-12-2011

2 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Final surpreendente.

Angela disse...

Achou, dudv?
este homem existiu e foi mesmo assim.