domingo, 1 de novembro de 2009

Dupla natureza

Fistro_04a


Foi um felino quieto, dócil e acomodado. Entretanto quando se arriscava nas alturas ou se equilibrava nas bordas finas das janelas, narinas dilatadas sorvendo ar, era possível perceber sua outra natureza, leve e instável. Parecia querer saltar no espaço. Morto, suas cinzas foram adubar duas grandes árvores gêmeas. Assim como ele, amigas do dia e da noite. Passado algum tempo, um belo gorjeio denunciou, na parte mais alta das copas, o pássaro negro que arriscava seu primeiro vôo.


escrito em 11-10-2009

pelo primeiro mes sem o doce Feijão.

9 comentários:

http://baronesadeteive.blogs.sapo.pt disse...

Conto lindo, cheio de saudade e também esperança - o renascer do pequeno pássaro negro.

Beijinho

ma disse...

O comentário é meu.
Falta de atenção

ma disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Lindo!

Angela disse...

MA
Fui ver seu blog e a baronesa de teive não quis se revelar! Que pena.
Adoro um texto de Pessoa atribuído ao barão de teive! Acho até que já o publiquei em ideália.
Tenho sim, muitas saudades do nosso Feijãozinho. Amanhã deposito suas cinzas nas raízes de duas árvores gêmeas,ficus religiosa, ou figueira sagrada, deve conhecer. um beijo amiga.

Angela disse...

dudv
Obrigada. Não me comenta mais sobre o que te mando?

douglas D. disse...

há algo de louis wain neste escrito. muito bom!

Angela disse...

Douglas D.
Muito prazer te ver por aqui. Não conheço louis wain, creio... Vou procurar saber sobre ele.
Um abraço e obrigada.

Anônimo disse...

Olá! Como é bom ter a possibilidade do vôo, mesmo que os primeiros sejam assim no bater e debater não só de asas.