quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um novo Pai



Por acaso descobriu, na parede do consultório, um ponto por onde objetos desapareciam. Enfiou a mão no espaço demarcado, experimentando o trajeto oposto e resgatou algumas preciosidades perdidas.

Psicanalista, passou a induzir seus pacientes a trazer memórias, fatos e imagens do passado, libertando-se dos laços ao transformá-los. O processo terapêutico foi bem sucedido até o dia em que um paciente compulsivo, aprofundou-se demasiado e trouxe em suas mãos um feto. No ato, o jovem desvaneceu-se, deixando-se nas mãos do médico, neonato pronto a recomeçar.

escrito em 31-10-2011

2 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Nossa!! Conto surpreendente.

Angela disse...

tão bom se um dia pudéssemos buscar coisas assim, concretas, não acha?