A manta de família,
guardada há anos, precisava ser lavada. Sob a água, a franja embaraçou. Ao tentar desfazer a trama, lembrou-se das moiras e foi separando fio por fio, pensando repetidamente, como em um mantra, que à cada nó desfeito, cada herança recebida seria dissolvida e o passado limpo. Ao terminar, manta seca, fios soltos, memória perdida.
escrito em 27-06- 2011
2 comentários:
Seus contos que falam de memória são muito bonitos.
Obrigada, acho que aprecio especialmente algumas "entidades" mitológicas, Mnemósine e Caronte, por ex. são bastante presentes em meus textos.
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