terça-feira, 2 de março de 2010

Algo no ar

Autor da foto - igororzech


Começou sentindo cheiro de podre, e embora nada houvesse para justificar o odor que apenas ele percebia, algumas pessoas da casa passaram mal vomitando muito. Dias depois, almoçava num bom restaurante quando começou a sentir forte cheiro de anestésico e ficou sonado, como se impregnado com a substância. Na mesa ao lado, um homem caiu e foi levado ao hospital. A intoxicação quase lhe valeu a vida, e alimento algum estava contaminado. Perdeu o prazer de estar com outras pessoas pois tinha medo, cada vez mais absorvia o ambiente e expressava, através do olfato, o que viria acontecer.


escrito em 13-02-2010

4 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Muito interessante. Possibilita pensar em muitas coisas.

Angela disse...

Quais coisas?

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Eu pensei que o conto poderia ser uma metáfora de um indivíduo que está desconexo com o mundo em que vive, à margem. Viajei na maionese.

Angela disse...

Acho que quando se percebe situações atemporais, de algum modo há que se estar um tanto desconectado do dia a dia, talvez com uma amplitude de percepção mais ampla que torne o corriqueiro pouco claro, talvez desfocado.
É isto que ocorre com este personagem.