terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ciclope


À medida que dela se aproxima, a boca se avermelha e se entreabre, serpenteando a língua, ora rápida, sempre fugidia e logo apontando, túrgida, promessas imarginadas. Lábios abertos, chega na certeza do bote, do saciar a sede, até o encontro frontal com o uraniano olho. Então, raios e trovões denunciam a antropófaga. Paralisado, deseja apenas que o devore.


escrito em 25-08-08 - 23h35'

2 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Que sintonia, belo conto.

Angela disse...

Dudv
viu só como usamos o mesmo tema no mesmo dia? Interessante!