sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Automatismos

A morte - desconheço o autor


Ele detestava falar ao telefone e sempre passava o aparelho para a mulher sob qualquer pretexto, mesmo que ela estivesse em situações impossíveis, sob o chuveiro ou atendendo outra linha.
Assim foi-se uma vida. Ele, sempre avoado, ela irritando-se com sua falta de atenção.
Já idosos, ela estava na UTI, tomando soro e oxigênio, pois já quase não respirava. Durante a visita, o celular tocou e ele, como sempre, o estendeu para ela: - “é pra você!”.
Desta vez ela nem se alterou. Era a morte!



escrito em 24-12-2007

7 comentários:

Anônimo disse...

Criativíssimo!


Abraços, flores, estrelas..

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Genial!!!!

Angela disse...

Obrigada amigos!

Anônimo disse...

Bom dia Angela.
Adorei este conto!!

Ainda estou extasiada!!

Angela disse...

Obrigada ma!

125_azul disse...

De onde sai tudo isto? Quase imaginei Beto passando o telefone, toda uma vida, vc no chuveiro...

Angela disse...

125_azul
Sua danadinha esperta! descobriu tudo! É assim mesmo! Imaginou ou sabia?
Por vezes chego a brincar que tenho duas orelhas mas só um cérebro pra processar!