Não sei porque sempre estive sob. Achava que era meu destino, assim como de toda minha grande família. Percebi que, fossem pardos, rústicos, branquelos e delicados, metálicos ou transparentes, todos suportavam um peso e estrutura bem maior, sendo ainda depositários de objetos e outras coisinhas mais.
Em alguns momentos o suportado era frio ou gelado e me passava sua temperatura. Isto podia ser agradável se o tempo estivesse ensolarado e eu estivesse sob um céu azul. Se fizesse frio e me passassem calor era adorável enquanto durava a parceria. Mas seria sempre uma condição servil e submissa, até que experimentei a glória.
Por alguma razão me elevaram aos céus de minha condição. Alguém me colocou delicadamente sobre o topo do objeto suportado, uma xícara fumegante com um odor maravilhoso. Alem de quentinho por inteiro, eu estava sendo, pela primeira vez, suportado. Podia olhar o alto, inebriado com a fumaça delicada de um belo liquido que ouvi chamarem : chocolate!
2 comentários:
Gostei muito deste, angela!
Obrigada amigo!
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