sexta-feira, 9 de julho de 2010

Eflúvios


A obra vizinha rachou o reboco do quarto da senhora que, desde então, adoeceu. Sentia odores no quarto, não dormia bem, nada de sossego. Velhice, dizia. O neto veio nas férias e, dormindo no mesmo aposento, tinha pesadelos terríveis. Caiu doente e não era velhice, com certeza. Médicos e rezadeiras enfileiravam os dias até que a parede cedeu deixando à mostra dois restos de corpos emparedados, uma velha e um menino.


escrito em 08-07-2010

2 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Tive medo, história muito boa.

Angela disse...

Oi Dudv,
fantasiei sobre o que aconteceu comigo e ainda acontece agora, sem cadáveres, por enquanto...:D
Mas, me espanta como podemos captar coisas que ainda não entendemos...