
Últimos dias do ano. Desanimada, espiou o novo calendário. Cores de outono impregnaram sua vista cansada até encontrar, entre os dias marcados, profunda escuridão e nada mais. Presságio - ali terminaria sua jornada. Deixou cair a folha de papel e saiu ao jardim. Vagou ouvindo gorjeios, pés nas águas do rio. Ao acordar no novo ano, voltou a procurar o tal dia. Caído a seus pés, um pequeno quadrado escuro. Percorreu meses coloridos até encontrar o espaço recortado, denunciando o dia suprimido. Respirou fundo e agradeceu à vida.
2 comentários:
Bonito! Encarar a morte como parte da vida é tão fundamental à existência humana. Sinto que a cultura do medo da morte ainda está impregnado em mim.
Feliz ano novo.
Dudv,
não creio ser apenas cultural. A vida teme a morte, sua finalidade é viver!
Neste conto quis mostrar que tudo depende de como olhamos e sentimos. Quando a moça relaxou e aceitou, a vida retirou o que pareceu, à ela, em momento de cansaço, algo negativo!
Obrigada pelos votos! Desejo que você veja os novos dias, como possibilidades criativas e então... poderão ser!
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