sábado, 4 de abril de 2009

Genealogia complicada

flores da esponjeira - acaciafarnesiana



Desde que se conheceram, o Barão de Goulão e José Barbosa entraram em surda rivalidade. Maria Brites, esposa do barão, caiu nas graças do jovem que, para manter-se próximo à sua amada, pediu a mão de sua filha.
Consta que Luisa, a primogênita, morreu no dia do casamento, envenenada por emanações de flores secas da esponjeira e o noivo, desgostoso, voltou à terra natal. Entretanto, sussurra-se nas sombras que, à véspera das bodas, seu amantíssimo pai, sabendo-a sofredora de pressão arterial elevada, a pretexto de homenageá-la, mandou perfumar à exaustão seus aposentos com pétalas da referida flor.
Mantendo-se fiel à Maria Brites, o senhor José regressa anos depois e se casa com Arcângela, irmã mais nova de sua falecida noiva.
José contava que a inexperiência da menina lhe seria favorável já que despendia muito de seus dotes masculinos encantando a sogra. Entretanto, o Barão havia superado a tristeza pela morte de Luisa entre os lençóis da filha caçula e Arcângela, poderosa e vingativa, já exigia do fidalgo algo mais do que poderia lhe dar o velho Barão.
E assim, gerou-se descendência vasta e complicada.


Escrito em 4-04-2009

2 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Vi um filme. Muito bom!!!

Angela disse...

Dudv
Obrigada. Esta história é real, em parte, e daria um bom filme, concordo!
Tentei reduzir as palavras e consegui mas achei que acabou com o charme da história, então publiquei assimmemso.
Tenho preferido contos curtos aos minicontos que privilegiam a síntese em detrimento da qualidade!