sexta-feira, 13 de março de 2009

Serventia

foto de Piotr Jakubczyk


Ela, cheia de vigor e interesse pela vida, tinha muitas ocupações e afazeres enquanto o esposo, deprimido, buscava em vão algo que o motivasse a viver. Um acidente deixou-a totalmente dependente, em cadeira de rodas. Foi então que ele rejuvenesceu e encontrou significado para seus dias: dedicava-se a ela. Quando a doença a levou, deixando-o livre para cuidar de si mesmo, o homem murchou e faleceu. A família consternada atribuiu o desfecho ao amor e à saudade. O médico e o gato sabem que foi falta de ocupação.

escrito em 12- 03-2009

5 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Excelente!! Existe gente assim!!

Anônimo disse...

Adoro contos!! tava lendo um livro de que se chama "Contos e chuva" ...acho que é assim! Adorei ...e seu blog é mais uma leitura interessante!! Flw bons ventos pra vc!!

Dado

Angela disse...

Dudv
O ser humano ocidental não sabe aproveitar o ócio de forma sábia, não consegue contemplar!
É típico da rev. industrial- mover-se, ser útil, ser ativo! uma pena mas...


Dado Araújo

Lindo título: chuva combina muito bem com leitura! Obrigada Dado!
Boas chuvinhas finas pra vc.

Guidinha Pinto disse...

Caí aqui, como, não sei. Só para lhe dizer que sou fã destes seus contos. Virei mais vezes lê-la.
Fique bem.

Angela disse...

Grata Guidinha.
Quem sabe chegou atrás do gatinho?
Fico contente que tenha gostado, volta sim!
Um abraço.