
Era ainda uma menina quando a irmã a quem admirava, foi viver bem longe. Logo, foi o pai a deixá-la e começou o medo. Não a queriam, desconfiou. A mãe, então, levou-a pra muito longe e ela precisou abandonar o pouco que tinha. Lá, bem distante, foi largada com estranhos e se fechou no único mundo a que pertencia, quieta, bem dentro, bem perto. Os menos sensíveis não entenderam esta autoproteção e a delegaram ao universo dos estranhos. Resolveu, por conta própria, ir buscar-se no espaço dentro da terra, quieta, como sempre foi em seu dentro. Libertou-os de sua existência e devolveu-lhes a herança recebida: o abandono.
105- escrito em 01-12-2008
2 comentários:
Obrigada Alexandre,
é o tema de sua "última visita" não te parece?
Um abraço.
Muito bonito e triste. Gostei.
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