
Leve, mutável, colorido, ele se encantou com a seriedade dela: concreta, estável e sóbria. Embora fria, ela se apaixonou por aquele tonto que mudava à cada instante. Deixou que a água a envolvesse, refletindo seu amado.Êle, ao vê-la tão mansa, azul, à sua imagem, deitou-se sobre ela e a cobriu. A vazante os devolveu à realidade. No ventre da mãe, filhos sem pai.
escrito em 27-04-2008
2 comentários:
E assim nasceu o nosso mundo. E ainda bem, pois nele há quem saiba contar histórias com impressionante economia de recursos... parabéns!
Eu tento escrever um microconto, mas ele acaba se estendendo demais. E o microconto tem mais risco de coincidir o texto com outro.
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