quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cartas de amor



Quando a correspondência chegava, sentada à escrivaninha, respondia em seu melhor papel de carta. Com letra floreada, escrevia, endereçava e mandava postar. As cartas que recebia, amarrava com fitas coloridas e guardava em caixas, separadas por remetente.
A empregada, embora curiosa, jamais abrira qualquer maço até que a patroa, muito idosa, faleceu durante o sono.  
As preciosas caixas continham apenas uma infinidade de propagandas e recibos.

escrito em 03-10-2012

4 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Adorei,

Stefano Valente disse...

Gosto imenso, Angela. A ironia amarga da vida, n'é?

Angela disse...

obrigada Dudv!

Angela disse...

Stefano, muito prazer ao encontrar suas palavras. Este é o mundo prático e sem poesia em que vivemos.

Há que encontrar saída para não morrer desencantado.