terça-feira, 4 de outubro de 2011

Destino



Minha mãe me deu o nome. Esqueceu as asas.

A ânsia de voar, me deu meu pai.

Deram-me também um corpo, gaiola desta ânsia - com nome, sem asas.

Acumulo matéria, a me servir de lastro e permanência, enquanto uma missão me mantém nestas paragens antes do vôo: Sem asas, sem ânsia, sem corpo.


Escrito em 16/11/86

6 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Triste, mas belo texto.

Angela disse...

Achou triste Dudv?
Escrevi por causa de meu nome, mas
é o destino de todos nós, não é?
Temos um espírito preso em uma gaiola física que só nos libera pelo voo quando nos desprendemos de tudo.

Arth Silva disse...

Muito bom!! Adorei cada analogia!!

Realmente,ótimo. Consegue transformar a tristeza em poesia, e assim conquistar um sorriso.

Angela disse...

Obrigada Arth! fico contente.

Evilanne disse...

Incrível como os nossos nomes podem esconder tanto de nós. O meu, por mais diferente e sem lógica que pareça ser, é a junção do nome da minha mãe e do meu pai... E eu sou tanto deles dois... Nome é coisa engraçada.

Adorei novamente =)

Angela disse...

Oi Evilanne,
Já tinha adivinhado a origem de seu nome, mas ainda arrisco uma outra , já que tocou no assunto.
Evil = mal, em inglês,
Anne- nome universal = Ana = graça
Assim seu nome poderia conter o mal da graça, ou a graça do mal.
Como para mim, o mal pode ser um bem, pois ensina e ajuda mais que o que se considera Bem e bom... o que importa mais é a Graça que vc pode representar. Um beijo.