segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Projeto materno



Ela havia crescido numa casa onde Tio Sam impregnava hábitos e idéias da família. Sua mãe, empregada doméstica, servia encantada à patroa que ia, ao menos duas vezes por ano, a Miami para comprar, comprar e comprar, roupas e badulaques.

Às custas de imenso sacrifício, idealizara o futuro da filha como cidadã americana e, desde o berço, a tinha formado para tal. Lembrava a toda hora, o dia em que escolheu seu nome: - “ Estava pegando as roupas da patroa para lavar quando o li na etiqueta de uma camiseta. Achei tão lindo..."

Maioridade completada, moça trabalhadeira e ambiciosa, havia economizado o suficiente. Seria uma traição?

Não importava, faltava muito pouco para comandar seu destino.

Madeinusa ia fugir, estudar em Paris onde, após decisão judicial, poderia chamar-se... Française!

4 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Esse conto é uma realidade. Trabalho num cartório e vejo como as pessoas querem inventar nomes esdrúxulos nos filhos. Muitas vezes, é uma complicação para a vida inteira.

Angela disse...

Isso mesmo! Eu me inspirei numa fato verídico! É cada um de matar!
Talvez caiba a quem trabalha nos cartórios, alertar aos pais que são ignorantes ou inconsequentes!
Neste caso, fiz uma brincadeira pois a moça acaba escolhendo um outro nome pela mesma razão!

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

A gente tenta, mas somos repreendidos pelo juiz, que considera que os pais tem o direito de colocar o nome que quiser. Só não pode palavrões e nomes que podem rimar com palavras de baixo calão.

Angela disse...

Então seja sutil. Ele age assim pq os pais dele não o chamaram de algum destes nomes terríveis!