sexta-feira, 1 de julho de 2011

Espelhos

Magritte - Le Principe du Plaisir- 1937


Pela manhã um homem se olha ao espelho e ao chegar à mesa do café, em frente à sua mulher, torna-se outro. Ao sair de casa, solitário, por instantes volta a ser ele mesmo até que, ao encontrar o vizinho, torna-se outro mais. Chegando ao escritório, muda tantas vezes que precisa entrar no toalete para ver-se novamente e se recompor. Antes de voltar a casa, visita sua amante e então é todos em si mesmo e quase se perde entre os lençóis, pois para isto é que foi feito; para amar e ser amado.


escrito em 29-06-2011

5 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Vivemos num labirinto de espelhos. Lembrou-me Borges.

Angela disse...

Obrigada Dudv.
Este foi inspirado em Cortázar, as mudanças de identidade que nos acontecem de acordo com o meio e os parceiros.

Evilanne disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Evilanne disse...

Boa perspectiva. A teoria do determinismo muiti-facetada. Gostei!

Angela disse...

Obrigada Evilanne,
interessante ver como cada um enxerga algo diverso nos minicontos.

volte sempre que puder e quiser.