quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Saudosa Clotilde

Delacroix- Tasso no hospício- detalhe


Agora que deixaste a casa percebo, com angustia, teu valor. Não como, vivo entre lençóis amarfanhados e nem ao banho compareço. O caos impera. Roupas fedem espalhadas pelo assoalho e até o cãozinho passa as noites ganindo deitado sob a cama. Volta, eu te imploro. Prometo aumentar teu salário e te dar folga nos finais de semana.


escrito em 08-09-2010

4 comentários:

dudu oliva disse...

Pois é, só perceber o outro como uma coisa para servir.

Angela disse...

Sim Dudu, ela o servia, era sua empregada, mas tratada como objeto, ou como escrava... e quantas vezes só percebemos a falta quando perdemos?
Eu penso que existimos para servir uns aos outros, mas sob outra forma e com troca.

Beto Guimarães disse...

Esta é ótima. Grande e fraternal abraço.

Angela disse...

Obrigada Beto.
Fico contente quando leio conto seu.
Um forte abraço para ti também!