domingo, 25 de julho de 2010

A sina do vizinho


Queria se livrar de seus lamentos e penúrias. Tinham dito que as grandes águas podiam carregar e dissolver tudo, trocando seu destino por algum melhor. Um final de tarde, pôs as más lembranças na sacola e foi lançá-las ao mar. Ao deixar a praia sentia a alma leve, mas carregava, na bolsa, um peso desconhecido. Não sabia que o mar misturava as sinas e que, assim como os gramados, a vida dos outros nem sempre são mais belas.


escrito em 18-07-2010

2 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Angela, você escreve bem e seu estilo me agrada, pois não é datado. Em qualquer época a pessoa vai ler suas histórias e se identificar de alguma forma. Realmente quando faz alguns contos inspirados em mitos ou astrologia, pesquiso na internet, pois fico um pouco perdido, caso não pesquise. Mas quando escreve sobre sentimentos, fixa mais em mim. Produz imagens belas em palavras, talvez seja à sua habilidade com desenho.

Angela disse...

Obrigada pelas observações Dudu.
Eu escrevo inspirada na mitologia sim, pois é uma sabedoria que não tem "tempo" de validade. Já, sobre astrologia,não me lembro de ter escrito embora os dois assuntos estejam intimamente interligados.