segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

TEMPESTADE CRIADORA



De repente, suas idéias brotavam num jato; escrevia sem parar, páginas e mais paginas com letra pequena e sem correções. Nesses momentos, todos na casa ficavam aflitos e angustiados. Família, empregados e o cão, que se postava tenso, à porta do escritório.
Quando terminava, ficava um alerta no ar. Todos já sabiam que, em breve, raios cairiam sobre qualquer um. Reclamava de tudo, irritava-se por nada; era como se tentasse evitar o vazio. Até uma nova explosão, seriam dias e noites depressivas enquanto passeava seu vulto branco pelos aposentos como se estivesse oca, sem alma.


escrito em 24-01-2009

5 comentários:

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Sei que é chato só ficar elogiando, pode parecer uma coisa falsa, mas este texto achei muito bacana e me identifiquei muito com ele.

Angela disse...

Duduv
Acho que entendo como se sente e também quando os respingos aparecem nos lapsos dos textos :D!
Obrigada Eduardo!

douglas D. disse...

perambular
por dias e noites
é parir
intempestividades

Angela disse...

Douglas D.
Meu conto em forma de poesia! Que lindo, obrigada!