Em meditação
Experiência estranha
No inicio dos anos sessenta, tinha pouco mais de 18 anos e
estudava psicologia na PUC do RJ.
Morava na Urca em casa de meus pais e, neste dia tirava, de
forma mecânica e aborrecida, o pó dos moveis do quarto de dormir que dividia
com minha irmã, quando ouvi um súbito zumbido originado em meu crânio.
Além das camas, tínhamos uma penteadeira dentro deste quarto
e, assim que o zumbido cessou, eu me vi refletida neste espelho embora estivesse
afastada de sua área de reflexo.
Ou seja: de algum ponto do quarto onde eu tinha consciencia de
estar eu via mais duas imagens de mim. A que estava em frente ao espelho e a
refletida na parte central do mesmo.
O mais importante me pareceu a absoluta ausência de limites
no espaço. Meu âmbito de visão era absoluto, assim como o conteúdo de meus
pensamentos era universal. Não havia frente ou costas, direita ou esquerda. O campo
de visão e de consciência era absoluto.
Lembro bem que, por alguma razão, uma simples maçã – fruto-
que estava no ambiente, foi percebida como “A maçã” em sua totalidade, o
conceito em minha percepção era universal e não se prendia a aspecto algum do
fruto.
Assim como esta experiência ocorreu, ela terminou e eu retornei
espantada à condição prosaica em que estava anteriormente. No dia seguinte pude
conversar com duas companheiras da faculdade e ambas haviam passado por fenômenos
semelhantes. Uma delas enquanto fazia exercícios ao piano e a outra enquanto
datilografava.
Chegamos a questionar este fato com nosso professor de
psicopatologia que o definiu como uma crise chamada “despersonalização”, o que
não nos esclareceu nem abalou.
Algumas vezes depois aquele zumbido pareceu voltar, mas
minha expectativa do seguimento do processo deve ter interrompido uma nova
experiência.
Por muitas razões pessoais, resolvi relatar agora esta
experiência, embora muitos anos já tenham decorrido. Em 18 -10 – 2019 - Angela
Schnoor
COMPLEMENTO – outras experiências ocorridas em 1981 enquanto
fazia exercícios de Yoga.
Neste ano, após o falecimento de minha mãe, comecei a fazer
aulas de Yoga com Dagmar Krebs e puder passar por duas experiências
interessantes e reveladoras. Foi uma época de descobertas e abertura de mente
para conhecimentos até então negados ou ignorados.
A primeira ocorrência se deu quando, em relaxamento,
deitada, percebi e pude ver parte de meu tronco se levantando e “sentando “ a
partir de minha cintura. Senti muito medo e de alguma forma trouxe esta parte
de volta a sua posição, deitada como todo o restante de mim.
A segunda vez em que isto ocorreu foi mais rápida e
duradoura. Eu estava deitada, em relaxamento, quando me percebi fora de meu
corpo, de pé, ao lado do corpo repousado.
Não me assustei e pude perceber, em
torno de todo o meu corpo, uma aura de formas multi coloridas, como pequenas
setas em movimento constante e alternado em dois estágios de pequena altura
entre as setas. A experiencia foi muito agradável e bela.
Este desenho é apenas um exemplo - as setas de luz se moviam em torno do corpo todo