
  
  Na panela com  bastante água, coloque  o coração. Acrescente  mel. Em  fogo baixo, deixe  que ferva até  mudar de cor.  Em outra  terrina, deite todas as  mágoas e lágrimas  possíveis até  quase entornar. O  fogo deve ser  médio para  que sequem totalmente,  sem grudar no  fundo. Na frigideira,  leve a raiva ao  fogo alto  em um  pouco de óleo  puro, com uma  pitada de sal.  Bem tampada, frite-a até  que se torne seca e  dura como  carvão. Assim  que esturricar, jogue na  lixeira sem  perigo de sobrar  qualquer farelo.  Reponha o coração e  não esqueça de cantar  enquanto deixa  limpa a cozinha.
  
  escrito em 13-10-2010
 
9 comentários:
Gostei.
então, pratiquemos!
Cheguei aqui através do last-tapes.:-)
Parabéns pelos teus microargumentos!
Para a troca, uma receita popular no final deste conto:
http://belgavista.blogspot.com/2007/07/lio-do-zango.html
Obrigada Pessoana,
seu blog é muito bom!
gostei imenso de sua história 'melada'!
na primeira temos o rubedo, na segunda o albedo, na última o nigredo; curiosamente, em três vasos distintos e na sequência oposta à tradicional. Acho a sua alquimia inovadora, mas devem ser coisas do coração ;)
Caro José, não mencionei sequência, isto foi feito por vc. Por mim, as três ações ocorrem simultaneamente, daí tomarem recipientes distintos. Embora respeite a sabedoria da alquimia, podemos ser transgressores, de vez em quando! Afinal o que importa é que ouro buscamos...
Fico feliz com sua presença e colaboração, sempre rica e cheia de ensinamentos.
tomei de leve a narrativa, até porque, se os processos alquímicos fossem seguros e indubitáveis, caminharíamos em passeios de ouro como os das cidades míticas procuradas no seio das montanhas ou das florestas.
E logo hoje, a alquimia é diferente, e pode ser entrevista pelo olho da fechadura
" Reponha o coração e cante enquanto limpa a sua vida ...." acrescento eu.
Que conto lindo! Como faz bem à alma ler o que você escreve Angela.
Gostaria de ter estado consigo no dia 17 .....tanto mar.
Beijinhos
Querida MA
que bom ter feito algum bem à você.
E, não sabes que estavas comigo no dia 17? Pois assim foi.
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