quinta-feira, 7 de maio de 2009

Diário de Ludmila: a tia

tela de Eduardo Naranjo



O sorriso da tia em seu avental de cozinha despertou-me. Embora vivesse entre nós, não se prendia às tramas. Fugia às regras pela independência e atrás do avental branco escondia trunfos. Era necessária e meu pai a enxergava. Embora menina, quieta e tonta, antevia aonde ela iria quando seu cantar me mostrava que a música soltava a alma. Ao nos deixar, a casa toda sucumbiu de inanição, mas eu já havia acordado.

escrito em 06-05-2009

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