Os cabelos brancos caiam escondendo-lhe o rosto e os passos transidos simulavam a idade que lhe garantiria alguma segurança. Não podia correr e devia cuidar com desvelo do conteúdo de sua bolsa, mas teria que chegar em tempo à avenida, antes que o cortejo passasse. Eram seus últimos passos pelas ruas de sua infância. Em breve seu corpo explodiria levando consigo o visitante oficial e o déspota que o recebia. Afinal, sua vida dura e sofrida teria significado.
Escrito em 14-04-2009
2 comentários:
Senhora com uma coragem que me dá medo, não sei se tenho coragem de fazer isto.
dudv já houve muita gente que se sacrificou pela liberdade e por seus ideais. Mas, neste conto tentei passar que esta "senhora" era um disfarce, poderia ser um homem e nem velho precisava ser. Talvez apenas a palavra "simulavam" não fosse o suficiente.
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