imagem encontrada na web
Não tinha consciência, mas estava morto. Colarinho apertado, sapatos duros e o sempre paletó escuro traduziam a prisão em que vivia. Em sua realidade não havia espaço para alegria, cor ou movimento. Uma noite sonhou que algo o elevava salvando-o do túmulo onde se confinara - Dormia relaxado como nunca apoiado em galhos delicados, aparentemente tão frágeis e débeis como imaginava, fossem todos aqueles que sonhavam e buscavam as alturas.
escrito em 12-12-2008
escrito em 12-12-2008
5 comentários:
Lindo!! Sem palavras.
Obrigada Eduardo!
Tens razão Angela! É uma pena que cada vez mais entremos dentro dos casulos apertados com temperatura controlada pelo ar condicionado!
Se pudesse eu também dormiria sobre frágeis galhos de uma pitangueira.
Saúde e luz
Ricardo Kersting
Muito interessante observar as diferenças de enfoque. Quando escrevi este texto o fiz sob metáforas- A sensação de prisão é psíquica, controle dos sentimentos e da criatividade, os galhos, a aparente fragilidade das coisas do espírito. Você o leu sob o ponto de vista concreto, da matéria. Formas de ser- formas de ver!
Grata pela visita- apreciei suas obras.
Também me referi sob metáforas, principalmente no caso do casulo com ar condicionado e finalmente a pitangueira que é intrínseca à convivência com meu pai.
Entendi perfeitamente onde quiseste chegar, só não fui tão lírico em meu comentário.
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