Algumas vezes o casal de idosos encomendava um bolo à vizinha, para ser
entregue em casa. Naquela manhã a doceira telefonou, como combinado, mas não
foi atendida.
Há dias não via a mulher na vizinhança e o pedido havia sido
feito pelo marido, o sabor preferido da velha senhora.
Temendo incomodar, a moça tocou a campainha muitas vezes. A
demora quase a intimidou, mas precisava cumprir sua palavra. Quando o homem
abriu a porta com relutância, ela, acostumada a odores agradáveis, sentiu um
cheiro fétido vindo do apartamento. Sem pensar, num átimo, empurrou a porta e
adentrou a sala onde a criatura, já putrefata, sentada na poltrona, estava
cercada de guloseimas por todo o lado.
Com voz fraca e tremida, o velho disse: já fiz de tudo para
que ela ficasse forte e se recuperasse.
em 15-02-2015
2 comentários:
Excelente conto, angela.
Oi Dudu, fico feliz que tenha vindo aqui. O sinal aqui anda tão horrível que até perco a paciência de abrir a Internet!
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